quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Minha antiga escola

Este é o Colégio Estadual Júlio de Castilhos em Porto Alegre, em que fiz o curso Clássico, que equivale hoje ao ensino médio, com uma orientação humanística. Havia também o curso Científico, que se dedicava ao estudo das várias ciências, como o nome diz.Registrei esta foto hoje, enquanto ia ao supermercado. 
Este prédio me traz boas recordações. A rotina nessa escola era bem diferente da atual. Pela manhã, havia apenas meninas estudando, como lembro ao passar para os alunos um texto do escritor Moacyr Scliar, contando uma história que se origina deste horário diferente, que possibilitou que ele, que estudava à tarde, se correspondesse com uma "bela da manhã". Havia, entretanto, outras escolas em que os alunos e alunas estudavam no mesmo turno.
Os hábitos eram diferentes. Costumávamos copiar o conteúdo exposto pelo professor em cadernos cuidadosamente organizados. Aliás, antes anotávamos tudo num caderno de rascunho, que era passado a limpo no fim de semana. Quando sugeri isso, neste ano, a um aluno que precisa praticar caligrafia, ele achou graça.
Não preciso dizer que não havia celular à época e ninguém imaginaria telefonar durante a aula (para isso, seria necessário pedir licença para ir ao orelhão). Uma brincadeira possível seria a "forca", em que se adivinham as letras de uma palavra determinada, cujas letras são simbolizadas num papel por traços. Cada erro representa uma cabeça, ou braço ou mão (ou outra parte do corpo) colocada numa forca, também desenhada. Mas ninguém brincava de "forca" na sala de aula.
Além de passar a limpo, eu amava ilustrar o texto dos conteúdos. Procurava nas revistas didáticas que havia em casa figuras sobre o conteúdo de história ou de geografia. (Mais tarde eu tentei passar essa tradição a meu neto, com as imagens do Google, mas não obtive muito êxito, embora ele seja bastante estudioso.)
Na realidade, eu era bastante perfeccionista nas minhas anotações e isto aparecia de forma humorística no mural da sala. Ironizavam meu caderno, insinuando que eu anotava até a tosse da professora de história, D. Dora, mas na realidade todos apreciavam as muitas notas dez que eu tinha.
Observo que a nota era obtida unicamente pelo conhecimento do conteúdo e que eu anotava as aulas para aprender mais facilmente e porque gostava de acompanhar assim as aulas.
As notas dos demais também não ficavam distantes e não lembro de algum colega reprovado. Os que tinham notas baixas iam progredindo ao longo do ano. Alguns faziam a prova final, porque unicamente quem obtinha média 7 era liberado dessas provas.
Termino aqui minha sessão nostalgia de hoje. Ela vale para observar as mudanças que existem ao longo do tempo.


3 comentários:

  1. Olá Celina
    Momentos que passam e que marcam são especiais. Parabéns pela dedicação ao estudo. Gostei de conhecer sua escola. Um forte abraço.

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  2. Boas lembranças sempre são importantes p trazer à memória... Gostei de relembrar coisas ao ler o seu relato...
    Foto boa e, qdo volto à terrinha, gosto de passar por alguns lugares de lá...Entretanto, de um tempo p cá, evito alguns lugares, pois são mesmo "águas passadas"...
    Uma boa semana de férias... Bj

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    Respostas
    1. Você é gaúcha também? Não sabia.
      Que legal!
      Olhar o colégio e lembrando de meus próprios alunos não pude deixar de ver o contraste de duas épocas. Foi inevitável!

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