Também uma conhecida minha outro dia esqueceu-se de uma orquestra de 20 pessoas imediatamente atrás dela, grupo que esperava pacientemente há uma hora, e convocou a congregação para cantar a capella. E não compreendeu por que as pessoas se ressentiram.
Indo ao assunto principal, diz o ditado popular: quem muito fala dá bom dia a cavalo. Vou contar a história de alguém que falou com uma mula.
Na minha igreja toda a semana estudamos uma lição da Bíblia. A lição desta semana, que está em Números 22, conta uma história de loucuras humanas:
Ao se aproximar da terra prometida, o povo de Israel dominou algumas nações que se opunham à sua caminhada. Uma dessas nações era Moabe, e seu rei era Balaque. Esse rei, temendo o povo de Deus, procurou um profeta do próprio povo de Israel para amaldiçoar Israel! É como se alguém buscasse um familiar nosso para fazer um feitiço contra a própria família. E o profeta, por incrível que pareça, terminou indo, embora Deus o advertisse de que só falaria o que fosse permitido. Mas, no caminho, a jumenta dele viu por três vezes um anjo que procurava impedir que Balaão prosseguisse. Este não viu o mesmo anjo e espancou duramente a jumenta. Aí ... a jumenta falou e perguntou por que ele a estava espancando. E, mais louco ainda, Balaão respondeu à jumenta. Parece que não percebeu que era um fato maravilhoso, proveniente de Deus, uma jumenta falar. Pois Deus disse a Balaão que ele poderia ir mas só falaria o que Ele, Jeová, ordenasse. E Balaão continuou (talvez tenha pensado que, na hora, daria um jeito e conseguiria receber o dinheiro de Balaque pelo "feitiço" encomendado).
Mas Deus falou através da boca de Balaão e ficou demonstrado que realmente era uma loucura se opor ao povo de Deus. As profecias que Balaão falou têm, mesmo, um sentido messiânico. Na realidade, Balaão abençoou o povo (e não amaldiçoou como Balaque queria) por três vezes, e por insistência do próprio Balaque. Da primeira vez, disse: "Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Quem contou o pó de Jacó ou enumerou a quarta parte de Israel? Que eu morra a morte dos justos e o meu fim seja como o dele." (Números 23:8 a 10).
Balaque era tão néscio que insistiu em pedir a maldição e Balaão, vendo outra parte do povo, tornou a abençoá-lo, porque falou as palavras de Deus: "Eis que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar. Deus os tirou do Egito; as forças deles são como as do boi selvagem. Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel." (Números 23:20 a 23).
Pois Balaque não desistiu. E Balaão, de um outro lugar, abençoou novamente a Israel, pela terceira vez. E aí veio a profecia: "Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete." (Números 24:17)
A estrela que Balaão mencionou é a mesma que os magos do oriente seguiam à época do nascimento de Jesus. Que Deus abra nossos olhos e vejamos as loucuras que fazemos como humanos. Que a luz de Cristo guie nossa vida e nos permita ver a sabedoria de Deus, nos afastando das coisas néscias.
Aqui meus netos Mizael e Ana Luísa passeando num cavalinho pelo campo, com o papai por perto. Creio que eles falam com o animalzinho, para agradecer-lhe o passeio, mas não esperam que responda.